terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Eu tenho andado tão calado


Tô doando velhos sapatos.
Não estão furados, mas também não estão novos,
Só estão um pouco usados.

Tô revendo as saudades,
Algumas, ainda vivendo, outras deixando pela metade.
Eu não tô legal, mas eu tô indo.

Estou distraído tentando me preencher pelos horários.
De lugar estou mudando alguns planos… Ah! Eu ando tão cansado!

Tô relendo alguns livros
Que já estavam empueirados
Tudo que tenho escondido estão em algum cando desse armário.

As vezes tenho sangrado, me perguntado o porquê de, muitas coisas, ainda não ter vivido… talvez por não conhecer.

Tenho apressado o passo para não ser tão atingido pelos medos dos amigos que, hoje, andam tão desesperados.

Eu tenho estado tão sozinho na imensidão desse quarto
Venho escondendo o que sinto… eu tenho andado tão calado.

Tô revendo as saudades
Algumas, ainda vivendo, outras deixando pela metade
Eu não tô legal, mas eu tô seguindo.

Sobre a liberdade

Vai tirando minhas verdades
ao ponto de, até mesmo a saudade, ir deixar de existir.
Vai ditando a liberdade que, com tempo, a tristeza, por descuido ou por maldade, vai ficando por aqui.
Vai estrangulando o riso que existia, talvez, por malícia do tempo ou pelo que se sentia, a gente queira, pelo menos algum dia, dar a liberdade a quem só deseja ir ali ser livre e feliz.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Têm gente

Têm gente que parece sorriso 
que ri de todo jeito e, de todo jeito, é bonito.
Têm gente que mais parece saudade
Castiga, dói no peito... parece maldade
Têm gente que parece comida
Têm cheiro, gosto e dá vontade de sempre senti-la
Têm gente que mais parece ser verdade
Machuca de verdade e ainda é de mentira
Têm gente que sente o mesmo que a gente
Enfrenta tudo, vai contra o mundo e nunca se arrepende
Têm gente que se cansa toda hora
Se agonia, desiste da gente, não vê a hora de largar tudo e ter de ir embora...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Tanta coisa para se viver


Tenho tanta coisa para aprender
Muita história sua para escutar
Tenho tanta coisa para entender
E um mar inteiro para explorar

Tanta coisa para saber de você
E as histórias de herói, do papai para ouvir e sonhar
Tanta coisa para se viver
Muito coisa que ainda irá me machucar

Mãezinha, eu
ainda sou pequena demais
Demais

Tenho tanta coisa para querer
Tantas estrelas no céu para se contar
Tantos lugares que vou querer conhecer
E todos os garotos que irei me apaixonar

Papai, e se eu crescer...
Ainda serei a princesa mais bonita que há?

O que acontece

O que acontece,
é que uma vida inteira,
por mais longa que pareça,
é brisa passageira,
cheiro de terra no chão,
chuva de verão
que se esconde quando sol está para chegar

O que acontece,
é que uma vida inteira,
corremos atrás de coisas que não precisamos tê-las
e de qualquer maneira
queremos ser ou ter algo que no final das nossas vidas, nada irá mudar.

O que acontece,
é que queremos dar significado a tudo,
arrumar desculpas, pôr a culpa no criador do mundo
para cada fracasso, para tudo que não conseguimos conquistar

Gente demais
Gente demais
Triste demais
Triste demais
 
O que acontece,
é que, quando criança, queríamos ser adultos,
largar a infância, a insegurança,
e quando crescemos:
só pedimos para os fins semana
passar um pouco mais devagar    

O que acontece,
é que vivemos suplicando autonomia
Nada de companhia
Evitamos bandos
Queremos ficar a sós - no nosso canto.
Afastamos os amigos, a família, a todos que só querem do nosso lado estar.


Gente demais
Gente demais
Sozinha demais
Triste demais